terça-feira, 30 de junho de 2009

" ANDO CANSADO..."

Caros amigos,

Como vão todos vocês??? Há um bom tempo não escrevo no meu blog. Estive um pouco afastado por conta dos estudos que ficaram mais intensos agora que estou no final da graduação. Inclusive os fatos que têm ocorrido neste último ano de faculdade me inspiraram a colocar este “post” e a reproduzir o poema de Cleide Canton e Rui Barbosa.

Esse poema é antigo, porém não deixa de ser atual para os dias de hoje, onde a falta de ética e de vergonha na cara fica evidente, tanto no cenário político como nas instituições.

Aproveito para escrever algumas palavras seguindo a mesma linha, porém com a afirmação: “Ando cansado...”

... Ando cansado da falta de ética das pessoas... Ando cansado da facilidade com que as pessoas enganam as outras sem ter qualquer pudor... Ando cansado dos “slogans” ditos e nunca seguidos... Ando cansado de toda hipocrisia do ser humano... Ando cansado de todas as atitudes ilícitas disfarçadas de lícitas... Enfim, ando cansado das atitudes mesquinhas e de todo abuso de poder...

Creio que o "JUSTO" que está lá em cima olhando tudo, não passará despercebido aos malfeitores que usurpam de todo poder em causa própria. ”

Dedico este poema abaixo a todos meus companheiros de sala de aula, que junto comigo, vêm passando por maus momentos na busca pelo conhecimento.

Lembrem-se pessoal.... A união faz a força!!!


Agora fiquem com o poema de Cleide Canton e Rui Barbosa. Ao final assistam ao vídeo de Rolando Boldrin recitando este poema... É emocionante...

“SINTO VERGONHA DE MIM”
Por Cleide Canton (Rui Barbosa)

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo brasileiro!


***

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

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